Guerra Civil, de Alex Garland
Em um futuro distópico não muito distante, os EUA encontram-se dividido em estados legalistas que lutam entre si. A capital Washington é palco de um governo ditatorial que já caminha para seu terceiro mandato. A violência atinge níveis absurdos. É a lei do mais forte. Olho por olho, dente por dente! Uma coligação entre Texas e Califórnia tenta chegar até a Casa Branca para destituir o presidente (Nick Offerman) a qualquer custo. Apesar de toda essa tragédia, alguns lugares fingem normalidade e vivem uma utopia irreal.
Os repórteres de guerra Lee (Kirsten Dunst) e Joel (Wagner Moura) saem de Nova York rumo à Washington com o objetivo de conseguir uma entrevista exclusiva com o ditador antes que as Forças Ocidentais o eliminem. Levam consigo o veterano Sammy (Stephen McKinley) um pouco à contragosto, mas não haveria como abandonar o velho companheiro de trabalho, agora idoso e com mobilidade reduzida, à própria sorte.
Inesperadamente, junta-se ao grupo a jovem inconsequente Jessie (Cailee Spaeny), que aspira ser jornalista. Ela não imaginava quão traumática seria esta jornada.
Créditos: A24, DNA FILMS e IRP.VC / Diamond Films Brasil
O contexto narrativo não é explícito. Não há uma definição clara sobre o porquê desta guerra. Há apenas algumas falas do presidente ensaiando um discurso mentiroso afirmando que a vitória é certa. Toda carga de tensão da película baseia-se na trajetória do grupo e nos horrores que irão presenciar. O desenvolvimento da trama é perturbador. O design de som é sensacional e transporta o expectador para dentro da história. O cenário de guerra é mostrado com perfeição em uma fotografia incrivelmente realista e assustadora. O filme faz refletir sobre as consequências de uma escolha equivocada nas urnas.
Guerra Civil não é um filme “de guerra”, onde o público opta pelo lado que apoia ou discorda. É um filme sobre o fator humano inserido na carnificina insana dos conflitos. Isso é transmitido através das lentes das câmeras.
O enredo também aborda a ética profissional daqueles que atuam nas linhas de fogo, o equilíbrio psicológico instável levando à transtornos em sua saúde emocional e o uso de substâncias recreativas como forma de fuga da realidade.
O ritmo da narrativa é intenso, insano, alucinante e totalmente envolvente. Alex Garland faz um ótimo trabalho de direção e seu roteiro e úm esqueleto consolidado. Os cortes, a fotografia e a inserção das fotos da guerra tornam a obra mais tensa e real. A dica é: assista em uma sala IMAX, pois o som fará toda diferença.
A verdade é que não importa quem ou porquê essa guerra começou e sim que caminhos o futuro reserva a partir de escolhas erradas. O poder corrompe!!!
Trailer
Ficha Técnica
Título Original e Ano: Civil War, 2024. Direção e Roteiro: Alex Garland. Elenco: Wagner Moura, Kirsten Dunst, Cailee Spaeny, Stephen McKinley Henderson, Jesse Plemons, Nick Offerman, Jefferson White, Nelson Lee, Greg Hill, Vince Pisani, Justin James Boykin, Edmund Donovan, Jesse Matney, Evan Lai, Tim James. Gênero: Ação, Thriller. Nacionalidade: Reino Unido e EUA. Trilha Sonora Original: Geoff Barrow e Ben Salisbury. Fotografia: Rob Hardy. Edição: Jake Roberts. Figurino: Meghan Karpelik. Direção de Arte: Mark Dillon e Jason Vigdor. Produção: A24, DNA Films e IPR.VC. Distribuição: Diamond Films Brasil. Duração: 01h42min.
Avaliação: Quatro fotos com negativos impactantes (4/5)
HOJE NOS CINEMAS
por Helen Nice
