Elvis, de Baz Luhrmann | Assista nos Cinemas
13 de julho é comemorado o Dia Mundial do Rock. A data relembra o famoso show organizado por Bob Geldof, em 1985, com participação de artistas famosos da época, denominado “Live Aid”, apresentado simultaneamente em Londres e Filadélfia, cujo objetivo era combater a fome na Etiópia. Marcando a data, teremos uma estreia imperdível esta semana para amantes do rock.
O filme “Elvis” certamente fará o público relembrar aquele que é considerado o “Rei do Rock’n’Roll” e um dos ícones culturais mais significativos do século XX. A cinebiografia é assinada pelo roteirista/diretor/produtor Baz Luhrmann (Moulin Rouge, Austrália, Romeu e Julieta). O cineasta é dono de um estilo próprio, pioneiro da cultura pop e, simplesmente, o diretor australiano de maior sucesso comercial de todos os tempos. O roteiro do longa é assinado por ele em parceria com Sam Bromell, Craig Pearce e Jeremy Doner. O elenco de estrelas traz Tom Hanks (Coronel Tom Parker), Chaydon Jay (Elvis jovem), Austin Butler (Elvis), Richard Roxburgh (Venon), Helen Thomson Glagys), Olivia deJonge (Priscila), Kevin Harrison Jr (B.B King), Leon Ford (Tom Diskin), Tony Nixon (Dr Nick), entre outros.
A história narra a vida do astro desde sua infância, o sucesso estrondoso como estrela do rock e cinema, que levou os fãs ao delírio na década de 50, seu amor por Priscilla Presley até a trágica morte, ainda jovem, com apenas 42 anos de idade. Toda narrativa é apresentada sob a perspectiva de seu empresário, Coronel Tom Parker, destacando o complexo relacionamento entre eles.
Elvis Aaron Presley nasceu em Tupelo, Mississipi em 1935 e, devido a questões familiares, mudou-se para Memphis, Tennessee, quando tinha 13 anos. Fato este, crucial na vida do jovem. A começar pela fixação do rapaz por super heróis, o roteiro se desenrola a partir do antagonismo herói x vilão. Elvis é o herói que enfrenta o vilão Parker, que em muitos momentos do filme lembra uma caricatura de uma personagem dos quadrinhos.
O longa narra de forma bem dinâmica toda essa mudança, o impacto causado na família e como o fato de viver em um local carente e predominantemente habitado por negros influenciou nos gostos, atitudes e estilo musical de Elvis.
Descoberto por Parker, logo o garoto que tinha um dom, viu sua carreira decolar. O sucesso coincide com um momento importante na história americana, quando a segregação racial dividia brancos e negros. Elvis, um branco cantando canções com forte influência de estilos afro e religiosos, como blues, soul e jazz, foi pioneiro no enfrentamento e combate às diferenças e mudanças de valores. Seu estilo alucinante, com requebradas sensuais, era considerado depravado e precisava ser banido — chegou até a ser censurado.
Um ponto extremamente positivo da obra é conseguir condensar uma grande quantidade de informações de forma lúdica e interessante, utilizando linguagens diversificadas, o que torna as mais de duas horas de projeção em algo leve e agradável. O público não sentirá o tempo passar.
Ficha Técnica
Título original e ano: Elvis, 2022. Direção: Baz Luhrmann. Roteiro: Baz Luhrmann, Sam Bromell, Craig Pearce e Jeremy Dorner. Elenco: Austin Butler, Tom Hanks, Olivia DeJonge, Helen Thomson, Richard Roxburgh, Kelvin Harrison Jr., David Wenham, Kodi Smit-McPhee, Alton Mason, Shonka Dukureh. Gênero: Biografia, drama, musical. Nacionalidade: Eua, Australia. Trilha Sonora Original: Elliott Wheeler. Fotografia: Mandy Walker. Edição: Jonathan Redmond e Matt Villa. Design de Produção: Catherine Martin e Karen Murphy. Supervisor de direção de arte: Ian Gracie. Figurino: Catherine Martin. Distribuidora: Warner Bros Pictures Brasil. Duração: 02h29min.
Não é tarefa fácil delinear uma figura tão significativa como Elvis e destacar sua importância para a música e cultura em geral. Entretanto, este filme o faz com sucesso e precisão. O visual impactante, colorido e glamoroso é completado pela trilha sonora excepcional, que consegue encaixar precisamente cada canção ao momento de vida, alegrias e angústias do astro, como a morte da mãe, o alistamento no exército, o romance com Priscilla, a dependência química e a luta para voltar aos palcos.
Mais que uma simples biografia, o roteiro quer destacar o preço do sucesso e mostrar até que ponto o amor dos fãs e a obsessão pelos holofotes pesaram nas relações pessoais e profissionais do cantor. O narrador, Coronel Parker, é um sujeito oportunista que vê naquele rapaz ingênuo sua galinha dos ovos de ouro e o envolve em suas artimanhas. Quando o herói percebe as falcatruas e tenta alçar vôos internacionais, já é tarde e Parker mostra seu lado mais sombrio.
Fatos verídicos, incluindo cenas de época, são misturados à ficção entregando uma obra genial. Austin Butler encarna o personagem de forma simplesmente apaixonante, entregando a essência de uma personalidade que marcou uma época. O público vai querer cantar e requebrar junto.
Uma obra que pode tanto ser vista e analisada por fãs, como servir de diversão para os mais jovens que não viveram a era Elvis.
Altamente recomendado.
Avaliação: Quatro requebradas sensuais e meio (4/5).
HOJE NOS CINEMAS
po Helen Nice